terça-feira, 26 de janeiro de 2010

"Falou o que quis? Agora ouve o que não quer..."



"...falando em mau cheiro, é o que tu chama de lixeiro, que inibe a multiplicação de tua espécie..."

"...sem opção, ou pedia perdão, ou um novo emprego...de lixeiro! isso se o lixo concordasse em ser recolhido por alguém da sua classe..."

"...a pior sujeira não sai cm sabonete"

(Direção, imagens e edição): Maia, (Voz e letra): Garnett, (Selo): Pegada de Gigante, (Assistência/Criação): Robson Ribeiro, Evelyn Albuquerque, Douglas Campolim, Marcos Maia e Daniel Olmedo, (Direitos de Imagem gentilmente cedidos por), Bruno Ruguê, Diogo "Jhow" Castilho, Hion Silva , Rafael Dan, Rafael Scotto, Rudão Brandolin

Via Rede Brasil Atual


"Mas cada um acha o que quer, não é mesmo?"

líquido

Ilustração: Alexandre Mendes, blog Reboco Caído
.
novo córrego maduro
por onde escorro de leve
Cansada.

não arrebata
tampouco
arrancA ou Arrasta
ele desliza tranquilo
sem pressa...
Perpassa
destroços passados
o gentil riacho
e não teme
o sinuoso
correr

escorrega
entre frangalhos
musgos
e pedras
limpa as frestas
revela-me úmida
por detrás das chagas
No teu leito
desarmada em pêlo,
uma brisa abraça
minhas rugas chorosas.

Por ventanias de
outrora,
eu cavo um suspiro
- o mais sôfrego
- o mais profundo

com a cabeça
encostada
em teu peito.
Minha fada
pousada no dorso
- saudosa ainda
recolhe as asas

Em meus cabelos,
brincam teus dedos

teu silêncio atenua
tantas dores
nefastas...

Calma.
nem ruído eu escuto
De olhos fechados
só o tilintar da novíssima
ÁGUA
me lava daqu-ele
me devolve o sorriso
e sobrepõe meu
soluço

EG

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

PUNHAL

Vós!
Pessoa risonha-iluminada!
Que viveis da pele pra fora...
Refastelada ao sol
na vossa cômoda
loura-bronzeada
disfarçada surdez

Meto-vos
um punhal no bucho!
E vereis
como sois
da pele pra dentro!
Enfio bem no centro
e torço devagarinho...
Bem no intestino vosso
- o grosso!
revirando
da direita pra esquerda
até que percebais
vossa desgraça
infeliz

Não sentis?
Pelo olor do vosso
ARROTO,
que o interior
de vossas tripas
contem
toda vossa futilidade
fermentada
- há muito já
bolo de merda
imundo!
Consumido nos
restaurantes
de luxo,
que pagais
com vossa
ganância maquiada
pelo discurso
- bajulador hipócrita!
de quem se
importa
com a FOME do
outro

Quero só ver,
depois de rasgadas
e expostas
vossas pretensas
estrebuchantes bondades,
se ainda sereis capaz,
de ostentar radiante,
essa tal felicidade.

EG

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

LHASA DE SELA

A cantora Lhasa de Sela (Set 1972) faleceu na madrugada de 1 de Janeiro de 2010.
E tua alma llorona não mais caminha por um deserto espinhoso, mas sobrevive num oásis de arrebatamento dos que mereceram o que tanto quiseste dar. Obrigada por me incendiar com tua emoção.

El Desierto


He venido al desierto pa'reirme de tu amor
Que el desierto es mas tierno y la espina besa mejor

He venido a este centro de la nada pa'gritar
Que tu nunca mereciste lo que tanto quise dar

He venido yo corriendo, olvidandome de ti
Dame un beso pajarillo, note asustes colibri

He venido encendida al desierto pa quemar
porque el alma prende fuego cuando deja de amar


quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

MÃE


Foto: A Menina dos Prazeres
Autor: Daniel Pedrogam
http://br.olhares.com/a_menina_dos_prazeres_fo
to1757898.html

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É assim.
Das casas germinadas dos corredores compridos de alvenaria, ahhh siiim dessas tenho saudade. Mas daquela, justo aquela! de tábuas, baratescorpião e o assoalho em terra batida, minha memória se esquiva. Vai lá, vem cá, lembro algUns sim ALguns relances. Mas lá, justo lá, estive o mais juntinho perto de quem verdadeiramente amo. Mas lá, deus vixe maria! justo lá, a casa de tábuas do mingau translúcido de Maizena da caixa amarelinha - sem leite! - essa sim me foge à vista.
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Lembro só que vizinha pediu à mãe que por obséquio, favor, gentileza, que aquele frango ali, justo aquele frango, mas logo aquela galinha, ali!, em nossa geladeira guardasse. Pois bem! Vizinha abastada em casa sem luz elétrica estava. Dito que a panela nossa de todo dia, vazia! vaziiiinha, não suportou tamanha tentação. Mãe que sabe o que é ter sem nada a barriga de uma filha, sequer pensou se crime cometia. Robou-lhe da vizinha. E a penosa tadinha, tenho dó!, devolveu retalhada. Nada de sôbre, descoxada.
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Sou eu quem pra condená-la?
Essa filha que vos fala, filha desmemoriada.
.
EG
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da nova série: experimentações #1