terça-feira, 26 de janeiro de 2010

líquido

Ilustração: Alexandre Mendes, blog Reboco Caído
.
novo córrego maduro
por onde escorro de leve
Cansada.

não arrebata
tampouco
arrancA ou Arrasta
ele desliza tranquilo
sem pressa...
Perpassa
destroços passados
o gentil riacho
e não teme
o sinuoso
correr

escorrega
entre frangalhos
musgos
e pedras
limpa as frestas
revela-me úmida
por detrás das chagas
No teu leito
desarmada em pêlo,
uma brisa abraça
minhas rugas chorosas.

Por ventanias de
outrora,
eu cavo um suspiro
- o mais sôfrego
- o mais profundo

com a cabeça
encostada
em teu peito.
Minha fada
pousada no dorso
- saudosa ainda
recolhe as asas

Em meus cabelos,
brincam teus dedos

teu silêncio atenua
tantas dores
nefastas...

Calma.
nem ruído eu escuto
De olhos fechados
só o tilintar da novíssima
ÁGUA
me lava daqu-ele
me devolve o sorriso
e sobrepõe meu
soluço

EG

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