terça-feira, 23 de junho de 2009

Corsária

Foto: Forca
Autor: Rui Miguel F. Coelho
http://br.olhares.com/forca_foto709489.html
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Corsária facínora
do gélido sangue
e vestes tão rotas
Invade baía
e escala
muralhas
do teu
frágil forte
pra odiosa
usurpar do
teu prazer
toda sorte

Mas caso abatida
é logo atirada
em fétida
úmida
desprezível
masmorra..

Enquanto a carcaça
pelas valas escoa,
o coração da pirata,
ao contrário,
gargalha!
Cínico e feliz
E até descompassa...
- arrepender-se jamais!
É livre!
Nas gloriosas lembranças
de pilhagens das boas
de escalpelos sangrentos
dos saloons, das contendas
das certezas ao mar!
das goladas de rum

Na escuridão solitária
- desprezada
em tua cela avarenta
por meses a fio
a alma corsária
saboreia
o gozo
outrora usurpado
- Louca!
segue aguardando
e brindando,
qualquer que seja
seu fim:
paredão excitante
de fuzilamento

ou a mais doce
sedutora
libertária
de tuas-tão
temidas forcas


EG
* Texto fruto de encontro dos meninos Categóricos (Junho, 20 de 2009), em visita à Fortaleza de Santa Cruz da Barra (Niterói-RJ). Homenagem ao divertido encontro categórico e ao irrepreensível e cativante soldado-guia. Um brinde às doces masmorras!

Um comentário:

  1. As masmorras da Fortaleza de Santa Cruz guardaram homens considerados perigosos pela sociedade. O condenado chamado pela imprensa dos anos de 1850 como "Fera de Macabú" ficou confinado lá.

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