terça-feira, 22 de dezembro de 2009

REMEXENDO BAÚ (III? IV?)


Foto: Forca
Autor: Rui Miguel F. Coelho

CORSÁRIA
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Corsária facínora
do gélido sangue
e vestes tão rotas
Invade baía
e escala
muralhas
do teu
frágil forte
pra odiosa
usurpar do
teu prazer
toda sorte
.
Mas caso abatida
é logo atirada
em fétida
úmida
desprezível
masmorra..

Enquanto a carcaça
pelas valas escoa,
o coração da pirata,
ao contrário, gargalha!
Cínico e feliz
E até descompassa...
- arrepender-se jamais!
É livre!
Nas gloriosas lembranças
de pilhagens das boas
de escalpelos sangrentos
dos saloons, das contendas
das certezas ao mar!
das goladas de rum

Na escuridão solitária
- desprezada
em tua cela avarenta
por meses a fio
a alma corsária
saboreia
o gozo
outrora usurpado
- Louca!
segue aguardando
e brindando,
qualquer que seja
seu fim:
paredão excitante
de fuzilamento
ou a mais doce
sedutora
libertária
de tuas-tão
temidas forcas
.
EG
Publicado originalmente em 23/06/2009

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