quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

TIRANA

.
sem alma
sem trono
sem coroa
nem graça
nunca-louvada
e já muito vivida
Só lembranças
de reinados
antigos
que vertidos
em prosa&poesia
me preenchem
em retalhos a vida

Se me proibem
a rima que
escorre sofrida
quem sou eu?
Diga...
- miserenta
- maldita
que SÓ de
passados
suspira

Vai
Me deixa em paz!
Não sou como tu!!!
De garras certeiras
realeza da vez
poderosa e feliz!
EGOÍSTA!!
Pois todo tesouro de mil terras
O mais precioso entre as preciosidades
- o amor do meu amor...
em tuas torres
de muralhas-virtudes
já enclausuraste!

O que queres ainda
de uma rainha
em farrapos
sem manta
e deposta?
Ergue teu cetro
TIRANA!
Lê teu decreto
Imploro...
Por tua
loura coroa!
Me curvo em joelhos,
se é teu desejo
teus pés até beijo
Criatura cruel em pele
de santa,
- aos olhos dele
perfeita!
Ateia
tua brasa ardida
no lombo
de pobre-diaba
que tua tão graciosa
felicidade real
incomoda...

Melhor o ferro!
o fogo!
Antes perfures meu olho!
Do que queimar meus castelos,
- de saudades...
Do que estancar o meu berro
ou impedir-me que o ame
Do que calares meu
VERSO

Amar & Versar
sinto, vil majestade
são súditos meus!
não me podes pilhar
é tudo que tenho
é todo meu reino

É SÓ
o que prezo

EG,
Set/2009

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