sábado, 7 de março de 2009

A Despensa

percorro
preto pêlo
profuso
pela pele parda
passeio por
peito perfeito
protuberante pomo
apalpo

Adão!

Em deleite,
padeço...

e desço pelo meu ódio
direto à sofreguidão
De joelhos
ante teus olhos
no escuro
me transformo
Sou saliva
Líquida,

a te encharcar
e me dissolvo em ti,
tão embebido

Vejo o som do teu gemido
escorro por entre teus dentes

Sôfrega, em transe
E o arrepio fulminante!
com o gosto do teu gozo...

que me destrói!
- já não sou corpo

Sou energia
boca
e pulsão

Do alto te sinto partir
De leve, macio.
Nem sequer tocas o chão...


EG

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